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sábado, 21 de abril de 2012

Caso dos canibais: acusado conta em diário que matou vigia do Hospital Juliano Moreira

Outra morte atribuída a um dos membros do trio de canibais pode ter ocorrido dentro do Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, em João Pessoa, onde o acusado Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 51 anos, conhecido como “Monte”, teria sido internado quando morava na Paraíba.

Entre os relatos no diário do grupo, ele confirma que teria feito uma vítima na unidade hospitalar, conforme o delegado do município do Conde, responsável pelo caso na Paraíba, Elias José Rodrigues. O fato será investigado.

A Polícia Civil vai investigar também a possível ligação dos canibais de Pernambuco com políticos do Conde, no Litoral Sul da Paraíba. O delegado acredita que o grupo tinha pretensões políticas, que deverão ser apuradas. Por isso, todas as relações pessoais deles serão esmiuçadas. “Provavelmente, pode haver participação de políticos nesse esquema”, declarou. As informações iniciais apontam que os canibais vendiam artesanato, além de empadas e coxinhas, que seriam recheadas com carne humana, mas a polícia vai investigar se eles recebiam favorecimento.

Embora não haja informações sobre desaparecimento de moradores do Conde, o delegado afirmou que se realmente houve algum homicídio na região, pode ter sido de pessoas de outra localidade que teriam sido atraídas para lá. “A Polícia Civil não possui informações sobre moradores desaparecidos, a não ser que as vítimas tenham sido pessoas de outras cidades que estavam aqui”, ponderou.

Escavações

As escavações nas duas casas onde moraram os canibais, no município do Conde, Região Metropolitana de João Pessoa, requisitadas pela Polícia Civil, devem ser iniciadas na próxima semana. Na primeira visita às casas onde o grupo, nenhum indício foi encontrado. Os peritos do Departamento de Criminalística do Instituto de Polícia Científica da Paraíba (IPC) estiveram nos dois imóveis na última quinta-feira (19), junto com homens do Corpo de Bombeiros, para fazer uma vistoria preliminar. Um dos proprietários foi ouvido. O outro ainda não foi localizado.

“Duas equipes da Criminalística estiveram nestas casas e verificaram a grandiosidade dos locais. Foi feito um levantamento inicial na tentativa de buscar vestígios, com a ajuda do Corpo de Bombeiros. As equipes vão realizar perícia na próxima semana e fazer a busca de cadáveres nos locais onde esse grupo fixou residência”, declarou Elias Rodrigues.

Moradores falam sobre trio

O crime dos canibais de Pernambuco que se abrigaram no município do Conde repercutiu na comunidade local. Quem mora próximo às casas que foram alugadas por eles conta que nunca suspeitou do envolvimento do trio com esse tipo de crime, e que só agora, após esta revelação, recordam que os três eram fechados e tinham pouco contato com os vizinhos.

A dona de casa Neide dos Santos Avelino, 42, lembrou que sempre via o grupo andando de carro, mas jamais imaginou que se tratasse de uma quadrilha de assassinos. “Eles não levantavam suspeitas. Eram muito reservados. Sempre andavam num carro, mas eu não sei se era deles”, lembrou. Ela disse que, na época, comia muita coxinha vendida na cidade e, apesar de não saber se eram produzidas por eles, pretende fazer alguns exames, por precaução.

O agricultor Luiz Ribeiro, 42, confessou que depois dessa história, todos os moradores ficaram impressionados. “A gente fica se perguntando como é possível pessoas assim morarem tão perto de nós e ninguém desconfiar de nada”, observou. “É uma situação diferente do comum, que choca todo mundo. Não dava para imaginar isso. Talvez tenha gente daqui envolvida”, completou um morador que não quis se identificar.

Caninal vendeu espetinhos em Jacumã

Uma dia depois de uma equipe da TV Correio haver localizado no Conde as duas granjas alugadas aos canibais, uma nova informação deixou a população do município apreensiva. Moradores da praia de Jacumã reconheceram Jorge Beltrão como vendedor de espetinhos na época em que o trio morava no Conde, em 2008. Com a descoberta, a polícia acredita que os espetinhos vendidos podem ter sido de mulheres mortas pelo trio.

Vítimas mortas a golpes de karatê

Os três atraíam suas vítimas com uma falsa promessa de emprego de babá. Quando as elas chegavam à residência do trio, Jorge, que é professor de caratê, aplicava um golpe na nuca da vítima como primeiro passo do ritual de purificação da seita e as arrastava por uma corda no pescoço até o banheiro. Segundo depoimento dos presos, se a mulher sobrevivesse, a carne dela seria purificada, e, se morresse, o espírito receberia a purificação.

Passo a passo do ritual de terror

Durante o ritual macabro ocorria a retirada da pele, o esquartejamento da vítima e a retirada dos músculos e do fígado, que eram armazenados na geladeira para consumo tanto da família quanto para a preparação de salgadinhos, que eram vendidos por Isabel pela cidade de Garanhuns. Os restos eram enterrados no quintal da casa.

'Revelações de um Esquizofrênico'

No livro “Revelações de Um Esquizofrênico”, escrito por Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, o autor revela que teria sido autor de um assassinato no Complexo Juliano Moreira, em João Pessoa. Ele relata que foi internado na unidade, onde ficou por 27 dias, depois de sofrer um assalto, em que foi baleado com um tiro na cabeça. Após o fato, Jorge diz que as crises esquizofrênicas se tornaram mais frequentes.

“(...) Nevinha que era psiquiatra responsável pelo hospício Juliano Moreira, me pega pela mão e me leva para parte de cima do estabelecimento. Na subida, cada degrau tinha uma poça de sangue, no final do percurso, um corpo de segurança caído com vários ferimentos, imóvel e sem respirar. Nevinha olha pra mim e fala que eu fui o culpado. Nessa hora eu pensei comigo mesmo: Como poderia com minhas próprias mãos ter assassinado um homem bem mais forte e alto que eu (sic)”.

Capítulo XXVIII – Voltamos a morar na Paraíba

“Coloco a nossa casa à venda, Jéssica não gostou muito da idéia, porém eu não mudei a minha opinião, pois não podia ficar em uma casa assombrada, cheia de espíritos do mal pondo em risco a minha família.

Não esperei muito, e em menos de um mês eu tenho uma ótima oferta após negociar o preço da casa fechando negócio com um português. Vendo também os imóveis. Combinei com Bel e Jéssica, e voltamos a morar na Paraíba, só que desta vez, fomos morar em Conde, uma pequena cidade litorânea (sic)”.

Capítulo XXI – Novo golpe do destino (academia em JP)

“Sabendo que eu estava sem trabalho, um colega meu que residia em João Pessoa, Paraíba, me contratou para trabalhar em sua academia. Fui então morar em João Pessoa, deixando a minha filha sobre os cuidados da minha mãe, já que ela estudava e uma transferência escolar ia lhe prejudicar. Tudo ia bem, até que um dia eu comecei a misturar o real com o irreal novamente. Volto a freqüentar as clinicas psiquiátricas, e mais uma vez fico impossibilitado para o trabalho de educador físico. Bel começa a produzir empadas, vendendo de porta em porta, para nos manter, eu à ajudo, porém entro em depressão (sic)”.

Capítulo XXV – A morte do mal

“Pego uma faca e lhe dou um golpe forte e preciso, atingindo a sua jugular (...) Vejo aquele corpo no chão, Jéssica desconfia que ainda se encontra com vida, pego uma corda, faço uma forca e coloco no pescoço do corpo, puxo para o banheiro e ligo o chuveiro para todo o resto do sangue escorrer pelo ralo.

Ao olhar para o corpo já sem vida da adolescente do mal, sinto um alívio. Pego uma lâmina e começo a retirar toda a sua pele, e logo depois à divido. Eu, Bel e Jéssica nos alimentamos com a carne do mal, como se fosse um ritual de purificação, e o resto eu enterro no nosso quintal, cada parte em um lugar diferente (sic)”.


Editorial/Blog
Via: PB Agora

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